quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Queda da inadimplência das empresas é a maior em seis anos

De janeiro a agosto de 2010, em relação a igual período do ano passado, a inadimplência das pessoas jurídicas recuou 7,2%. Considerando o acumulado de janeiro a agosto, foi o menor percentual verificado desde 2004, conforme revela o Indicador Serasa Experian de Inadimplência das Empresas. Na relação agosto sobre julho, por sua vez, a queda na inadimplência dos negócios foi de 4,2%. Já na comparação anual, agosto 2010/2009, houve um aumento de 3,8%.

Um importante fator que contribuiu para o decréscimo na inadimplência das pessoas jurídicas, observado nas variações acumulada e mensal, foi o fim do ciclo de elevação da taxa básica de juros, a Selic. Com juros mais estáveis, as empresas passaram a contar com maior previsibilidade em relação aos seus custos de capital.

Na análise por porte, considerando a variação mensal, agosto ante julho, as grandes empresas experimentaram uma queda de 11,7% em sua inadimplência. Nas médias, o recuo foi de 6,1% e nas micro e pequenas de 3,9%. Quanto a variação anual, agosto 2010/2009, houve alta de 4,1% na inadimplência das micro e pequenas empresas, ao passo que as grandes e as médias continuaram registrando quedas de 0,4% e 2%, respectivamente.

Na decomposição do indicador, considerando a variação mensal, agosto em relação a julho, nota-se que as dívidas não honradas junto aos bancos foram o único componente que deu uma contribuição positiva ao indicador. Com o crescimento de 2,8% no mês, a contribuição dos bancos foi de 0,7%. Já os protestos, com queda mensal de 8,1%, e os cheques devolvidos por falta de fundos, com 4,4% de recuo, contribuíram de maneira determinante para o decréscimo do indicador, com 3,2% e 1,6%, nesta ordem.

Valor médio das dívidas

De janeiro a agosto de 2010, o valor médio das dívidas com bancos foi de R$ 4.733,64, com 3,6% de elevação, ante igual período do ano anterior. Quanto aos títulos protestados, o valor médio registrado nos primeiros oito meses foi de R$ 1.635,58, o que resultou em 8,9% de queda, sobre o acumulado de janeiro a agosto de 2009. Por fim, os cheques sem fundos tiveram, de janeiro a agosto de 2010, um valor médio de R$ 2.034,28, resultando em 33,1% de crescimento, quando comparado com o mesmo acumulado do ano anterior.

A expectativa é de que a proximidade das grandes datas do varejo no último trimestre do ano (Dia das Crianças e Natal), deve alavancar a geração de receitas das empresas, sobretudo daquelas ligadas aos bens de consumo, e reduzir a inadimplência dos negócios.

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